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Portugal vai ter uma Agência Espacial que pode oferecer uma base espacial aos Açores

Imagem de: David Ducros

Nesta quinta-feira, dia 15 de fevereiro, será levada para aprovação em Conselho de Ministros uma resolução que determina a criação, instalação, financiamento e operação da Agência Espacial Portuguesa (AEP), que integrará todos os programas nacionais ligados ao espaço. A mesma resolução prevê ainda a promoção, até o fim do ano, de um concurso público internacional de ideias para "a eventual instalação nos Açores de serviços de lançamento de satélites".

Este concurso público terá por base um estudo a ser desenvolvido pela Universidade do Texas em Austin (UTA) e por outros que estão a ser desenvolvidos pela Agência Espacial Europeia (ESA), para que este possível serviço de lançamento de satélites para o espaço promova e garanta a segurança das populações da ilha onde forem instalados, a proteção ambiental e a cooperação internacional, bem como a capacidade da tecnologia e das empresas portuguesas na área dos sistemas e equipamentos espaciais.

Os estudos para a instalação de uma base espacial nos Açores estão a ser desenvolvidos através de uma promoção conjunta entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e o Governo Regional dos Açores e têm como objetivo atrair investimento direto estrangeiro para o setor espacial português.

O mesmo Conselho de Ministros aprova também uma resolução em que autoriza a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) a criar ou participar "na constituição de uma entidade de direito privado português de tipo associativo" que tenha como objetivo a criação, instalação e funcionamento do Centro Internacional de Investigação do Atlântico (AIR Center) nos Açores, que se irá dedicar ao espaço, oceanos, clima, energia e ciência de dados. O orçamento até 2023 para tornar operacional o AIR Center é de 5,3 milhões de euros.

A Estratégia Portugal Espaço 2030 encara o espaço "como um recurso fundamental para as ambições coletivas de Portugal, das suas empresas e instituições científicas e tecnológicas, públicas e privadas, e estimula a democratização contínua do acesso ao espaço" com base em três eixos estruturantes. O primeiro é a exploração de dados e sinais espaciais para promover novos mercados e emprego qualificado na agricultura, pescas e outras atividades marítimas, ambiente, infraestruturas, desenvolvimento urbano, saúde pública, defesa e segurança. O segundo é o desenvolvimento, construção e operação de equipamentos, sistemas, infraestruturas e serviços de produção de dados espaciais, dando prioridade aos satélites de nova geração (mini, micro e nanosatélites) e respetivos lançadores (foguetões). E o terceiro é reforçar as competências nacionais no espaço através da investigação científica, inovação tecnológica, formação e educação.

Um dos objetivos da Estratégia Portugal Espaço 2030 é a criação de emprego científico e emprego qualificado. A indústria aeroespacial portuguesa, constituída por mais de 70 empresas, já emprega cerca de 20 mil pessoas, tendo um índice de exportação de 87%.

Fonte e notícia completa em: Expresso

Data: 15/02/2018