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Cometa PANSTARRS vai brilhar no céu em março!

Cometa PANSTARRS Imagem de T. Lovejoy (Australia_HR)Em março, temos cometa e poderá ser visível a olho nu. Conheça o que se espera do cometa PANSTARRS e em que datas poderá brilhar mais no nosso céu noturno.

2013 promete ser um ano inesquecível no que concerne a fenómenos celestes. Ainda no passado dia 15 de fevereiro se esperava a passagem do maior asteroide à menos distância de sempre do nosso planeta, desde que se monitoriza este tipo de objetos, recebemos a inesperada “visita” de um enorme meteoro nos céus da Rússia. Dizem os astrónomos que foi um daqueles fenómenos que só acontece uma vez num século.

Mas há mais nos céus em 2013! Antes mesmo de novembro (mês que promete o cometa mais espetacular do novo milénio), temos em março o cometa C/2011 L4, ou PANSTARRS, descoberto em 5 de junho de 2012 por astrónomos da Universidade do Hawaii.

Em março o cometa irá finalmente visitar os céus do hemisfério norte, altura em que estará, também, mais perto do nosso Sol. Neste momento já existem várias fotografias do PANSTARRS, capturadas no hemisfério Sul, onde já é possível observar com binóculos e a olho nu. Veja o seguinte vídeo de Alex Cherney em que o PANSTARRS é acompanhado nos céus pelo C/2012 F6 (Lemmon).

Comets Lemmon and PanSTARRS on Southern Skies from Alex Cherney on Vimeo.

É já um cometa “crescido”, mostrando já uma bonita cauda, mas é em março, quando se aproximar do nosso Sol, que se espera que brilhe o suficiente para ser visto à vista desarmada no hemisfério norte.

EarthSky.orgNeste final de fevereiro, o cometa já se encontra para lá da órbita de Vénus, sendo visível no hemisfério sul. Mas vamos às datas que nos interessam:

A 5 de março: O cometa atinge a sua maior proximidade ao nosso planeta, 1.10 Unidades Astronómicas (cerca de 150 milhões de quilómetros), ou seja estará quase tão perto como o Sol.

A partir de 7 de março: O PANSTARRS passa a aparecer no horizonte do hemisfério norte. Tendo em conta que não o esperamos tão brilhante como era suposto, escolha um local com pouca poluição luminosa e olhe para oeste. Se não tiver edifícios no caminho ou nuvens, verá o cometa mesmo acima do horizonte.

A 10 de março: O cometa atinge a sua passagem mais próximo do Sol. A 0,30 Unidades Astronómicas (45 milhões de quilómetros), estará tão perto do Sol como Mercúrio. Será nesta altura que se espera que apresente a sua maior cauda. Os cometas brilham mais na altura em que estão mais perto do Sol, visto que são mais atingidos pelo calor, vaporizando o gelo e a poeira "lamacenta" da camada exterior.

Entre 12 e 13 de marçoO brilho da Lua poderá incomodar mas será uma ótima oportunidade para fotografias.

Durante março: O cometa será visível no hemisfério norte após o pôr-do-sol, perto do horizonte a oeste. Com o passar do mês ele irá deslocar-se em direção a Norte, saindo da frente da constelação de Peixes para ocupar o mesmo espaço das constelações de Pégaso e Andrómeda. Espera-se que durante esta altura (como se vê na imagem) o cometa mantenha a sua bonita cauda e seja, assim, visível com binóculos ou à vista desarmada.

Cometa C/2011 L4 (PANSTARRS) quando foi descoberto em junho de 2011 pelo programa PANSTARRS do Observatório do Hawaii.Espera-se, assim, um espetáculo no céu, mas cuidado: os cometas são imprevisíveis.

Dele já se disse que brilharia tanto quanto Vénus, ou tanto quanto as estrelas do cinturão de Órion (conhecido como “As Três Marias”). Mas o PANSTARRS para ganhar uma grande cauda terá de se aproximar perigosamente do Sol e perigosamente poderá significar ser destruído pela nossa estrela.

Até há pouco, esperava-se que brilhasse a uma magnitude aparente máxima de -1. Agora, a não ser que nos surpreenda, poderá não ultrapassar a magnitude máxima de +3 (equivale a só se conseguir ver a olho nu em locais com pouca poluição luminosa).

A verdade é que é muito difícil prever o brilho dos cometas. Visto ser a primeira vez que esta cometa se aproxima tanto do centro do Sistema Solar (e provavelmente a última, já que só voltará daqui a cerca de 100.000 anos), pouco mais sabemos dele do que a sua dimensão e trajetória. Para saber o brilho e a dimensão da cauda do PANSTARRS teríamos de conhecer a sua estrutura interna, prevendo assim os resultados da evaporação do seu núcleo gelado ao ser aquecido pelo calor solar.

Acompanhe aqui a evolução deste cometa, bem como de outros. (Constantemente atualizado)

Data: 26-02-2013