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7 planetas potencialmente habitáveis numa estrela a 39 anos-luz

Na passada quarta-feira, dia 22 de fevereiro, a NASA anunciou que uma equipa internacional de astrónomos detetou sete planetas semelhantes à Terra, onde a água poderá existir em estado líquido. Em três destes, existem fortes indícios de haver condições de habitabilidade de vida como a conhecemos. Os 7 planetas estão na órbita de uma estrela com tamanho semelhante a Júpiter que se encontra a 39 anos-luz da Terra.

"É a primeira vez que tantos planetas de tipo terrestre estão na zona habitável”, afirmou Michaël Gillon, astrofísico belga que anunciou esta descoberta numa conferência de imprensa organizada na terça-feira pela revista Nature, e que esta quarta-feira voltou a falar numa conferência da NASA. “É um sistema planetário extraordinário, não apenas por termos encontrado tantos planetas mas porque todos são surpreendentemente parecidos com a Terra em termos de tamanho”, sublinhou o astrofísico após explicar que "a estrela é tão pequena e fria que os sete planetas são o que se diz ‘temperados’, o que significa que podem ter alguma água líquida e, por extensão, vida na sua superfície”.

Carregue na imagem para aumentarJá em Maio de 2016, a equipa de Michaël Gillon anunciou, num artigo na Nature, que à volta da estrela Trappist-1, com apenas 8% da massa do Sol e situada a 40 anos-luz da Terra, tinham sido descobertos três planetas do tamanho da Terra. Este foi o primeiro passo para apontar vários telescópios para esta estrela, onde agora se descobriram estes sete planetas de tamanho semelhante ao da Terra. Os seus nomes: Trappist-1b, c, d, e, f, g, h, por ordem crescente de distância à estrela. Mas poderão haver mais.

Mas por causa dessas proximidades, os seis mais interiores completam uma volta à Trappist-1 entre apenas 1,5 e 12 dias. “O que é uma reminiscência do sistema de luas à volta de Júpiter”, notou Michaël Gillon na conferência de imprensa, referindo-se às luas descobertas por Galileu (Io, Europa, Ganimedes e Calisto dão uma volta ao seu planeta entre 1,7 e 17 dias). Ainda que a Trappist-1 esteja muito próxima dos seus planetas, como é anã e fria – à superfície tem cerca de 2200 graus Celsius, enquanto o nosso Sol chega aos 5500 graus –, a radiação que eles recebem dela é comparável à que, no nosso sistema solar, chega a Vénus, à Terra e a Marte. “Como são estrelas mais frias, a zona potencialmente habitável para estas estrelas está mais próxima do que a da Terra ao Sol”, explicou Catarina Fernandes, também autora do artigo e que está a fazer o doutoramento em astrofísica na Universidade de Liège.

Pedro Machado, astrofísico açoriano do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, esteve na Edição da Tarde da Sic Notícias para falar sobre esta descoberta, lembrando que ainda há muito por compreender e descobrir sobre esta estrela e os planetas em sua órbita.

Fonte e notícia completa em: Público / Sic Notícias