Quadrântidas | 2019 -A A +A

Sex, 01/04/2019 - 01:20

2019 começa com uma fantástica "chuva de estrelas": As Quadrântidas. 

Com o pico desta chuva a acontecer às 01h20 dos Açores do dia 4 de janeiro, haverá uma oportunidade curta para apanhar uma das maiores chuvas do ano. Curiosamente, as Quadrântidas, apesar de menos conhecidas que as Perseidas ou as Gemínidas, são uma das melhores chuvas de meteoros do ano no hemisfério norte, com picos que podem atingir os 120 meteoros por hora.

A razão de serem menos conhecidas resulta da sua atividade ser breve - acontecendo este ano entre os dias 28 de desembro e 12 de janeiro - e do seu pico de atividade das Quadrântidas ser muito curto, com uma média de 4 horas de duração. Com um pico tão curto, o risco de este acontecer durante o dia é alto, impedindo a sua observação. No entanto, e conforme a International Meteor Organization, em 2019 o pico acontece às 02h20 UT (menos uma hora nos Açores), beneficiando quem está localizado no ocidente europeu.

No entanto, se falhar a hora do pico não desmoralize. A natureza lida mal com estas previsões muito restritas, podendo o melhor desta chuva estar reservado para as noites do dia 3 ou do dia 4. Uma das soluções será visitar-nos durante a observação do céu noturna na primeira sexta-feira do mês, que em janeiro acontece exatamente no dia 4 de janeiro, entre as 21h00 e as 23h00. Carregue na imagem para saber como participar:

Este ano, sem a companhia da Lua, a Organização Internacional de Meteoros prevê 120 meteros na THZ (Taxa Horária Zenital). No entanto este número poderá variar entre os 60 a 200 por hora. A radiante da chuva é próxima da Ursa Maior, entre as constelações do Dragão e do Boieiro (como na imagem à esquerda), numa zona onde no passado se encontrava uma constelação já extinta: Quadrante Mural, criada em 1795 pelo astrónomo Jérôme Lalande e posteriormente desconsiderada pela Associação Internacional de Astronomia.

Nos Açores o pico deste fenómeno ocorrerá na madrugada do dia 4 de Janeiro pelas 01h20 (02h20 UT) e costuma ter um pico de cerca de 4 horas. Se as condições meteorológicas permitirem, procure um local escuro, longe da poluição luminosa das cidades, e olhe para a zona à volta da radiante.

Para os curiosos, a origem das Quadrantidas era desconhecida até dezembro de 2003. Nesta altura, o investigador da NASA Peter Jenniskens encontrou evidências que estes meteoróides surgiram do asteróide 2003 EH1, resultando da desintegração de um cometa há 500 anos atrás. A Terra intersecta a órbita do 2003 EH num ângulo perpendicular, o que significa uma passagem rápida por quaisquer detritos.